Tenho mesmo de vacinar o meu cão? Porquê?
Mesmo para os tutores mais céticos, a resposta é sim. A WSAVA (World Small Animal Veterinary Association – Associação Mundial Veterinária de Pequenos Animais) recomenda que o seu cão seja vacinado pelo seu benefício de prevenção e atenuação de doença, mas também pelo seu dever legal para o fazer.
Talvez seja mais fácil compreender essa resposta inteirando-se de como as vacinas são classificadas, não pela forma como atuam, mas de que forma e porquê que estas são aconselhadas pela WSAVA.
Assim, podemos considerar 3 tipos de vacinas:
- As vacinas essenciais – são altamente recomendadas a todos os animais, independentemente da sua localização geográfica ou estilo de vida, pois protegem contra doenças infeciosas presentes globalmente e que comprometem seriamente não só o bem-estar como a vida do seu animal, isto é, potencialmente letais. Estas estão incluídas na vulgarmente apelidada de “vacina múltipla”, pois protege para várias doenças em simultâneo, nomeadamente: Parvovirose, Esgana, Hepatite Infecciosa Canina, Leptospirose e Parainfluenza, em que as 3 primeiras estão incluídas nas doenças a proteger de forma essencial, segundo a WSAVA.
- As vacinas opcionais ou não-essenciais – são aconselhadas pelo seu médico veterinário e aplicadas quando apropriadas à localização geográfica e estilo de vida do seu cão, que por sua vez o pode colocar numa situação de maior risco de contrair tais doenças. Entre estas, as mais comuns em Portugal são as vacinas contra a Tosse do Canil, Leishmaniose e Febre da carraça (Piroplasmose).
- As vacinas obrigatórias – em Portugal a única vacina obrigatória por lei em cães é a vacina contra a Raiva, pois esta doença pode ser transmitida para humanos e é potencialmente letal. Graças à sua obrigatoriedade não se registam casos de Raiva tanto em animais como em humanos há décadas em Portugal! Contudo, por registos mais recentes em outros países, a sua obrigatoriedade permanece. E é de notar que a obrigatoriedade desta vacina está também associada à colocação e registo do microchip.
É principalmente pela última classe de vacinas, nomeadamente a vacina contra a Raiva, que deve vacinar o seu cão, pois tem a obrigatoriedade legal para o fazer. Contudo, o objetivo da vacinação é a prevenção e, em alguns casos, a atenuação de doença. Ainda que nem todas sejam obrigatórias por lei, as vacinas recomendadas para cães são largamente estudadas e a sua recomendação baseia-se em evidência científica quanto à sua eficácia. Estas protegem de doenças transmitidas por agentes infeciosos, como vírus, bactérias ou parasitas, que põem em risco a vida e bem-estar do seu cão.
É importante lembrar que além de evitar que o seu cão fique doente ou que morra por doenças que podem ser prevenidas ou atenuadas através da vacinação, estará também e evitar o seu próprio desgosto e sofrimento emocional, assim como despesas económicas muito maiores associadas ao tratamento do que aquelas associadas à vacinação. Algumas destas doenças não têm cura, podendo ainda assim estar disponível tratamento para o seu controlo, em alguns casos a longo prazo. Outras doenças que podem ter perspetivas de cura, ainda que com possíveis sequelas, têm tempos de recuperação e tratamento longos e, como tal, são mais exigentes a nível financeiro.
Quando é que devo vacinar o meu cão?
Se o seu cão está aparentemente de boa saúde, pode iniciar o plano vacinal a partir das 6 semanas de idade com a vacina contra a Parvovirose e Esgana, considerada essencial. A partir das 8 semanas de idade, pode iniciar a vacinação contra outras doenças em simultâneo com a chamada “vacina múltipla”.
Segundo a WSAVA, numa fase inicial são necessários vários reforços de vacina, dependendo da idade do seu cão, geralmente de forma mensal, até completar pelo menos as 16 semanas de idade.
Mesmo em adulto, se o seu cão não tem o plano vacinal atualizado, consoante o aconselhamento do seu médico veterinário, deve retomar um plano vacinal adequado.
Quando é que o meu cachorro pode começar a ir à rua?
Será mais seguro para o seu cão começar a ter acesso ao exterior e contacto com outros animais quando terminar a série de reforços vacinais da “vacina múltipla”. Lembre-se que o sistema imunitário dos cachorros não é tão competente como o de um cão adulto, por isso deve ter maior cuidado relativo à sua exposição ao meio ambiente. Aconselhe-se com o seu médico veterinário.
Tem um cachorro que necessita de iniciar o plano vacinal? Ou está na altura do seu cão ser vacinado?
Não adie mais e entre em contacto connosco, que iremos ajudar a manter o seu melhor amigo protegido e feliz!
